A imunofluorescência indireta (IFFT) é uma metodologia diagnóstica que chega a ser encantadora no laboratório, pois sua a análise final dependerá da lâmina fluorescer ao ser olhada no microscópio: se ela brilhar é positivo e, do contrário, trata-se de um resultado negativo. Assim, não há margem para interpretações diante de um brilho intenso na lente. Por isso, o kit diagnóstico costuma ser usado como padrão-ouro para a detecção de doenças autoimunes, como é o caso das vasculites.
Mas o que já é positivo pode ficar ainda melhor com o uso de Mosaicos para esse tipo de exame, uma solução que é exclusiva da EUROIMMUN no mercado nacional de IFFT. A principal vantagem acontece graças a tecnologia de biochips, que funciona de modo similar ao de se colocar vários tecidos ou células em uma mesma lamínula de vidro para que sejam analisados, ao mesmo tempo, em uma mesma rotina laboratorial.
Segundo Gleidson Andrade, especialista de aplicação da EUROIMMUN Brasil, no caso do Mosaico 25, o kit possui seis biochips, o equivalente a 25 lâminas de análises distintas, que podem ser feitas de uma só vez, em um mesmo poço da lâmina: “Com isso, ganha-se um tempo precioso ao diagnóstico, porque não há mais a necessidade de solicitar exames separados para a triagem e a confirmação diagnóstica de doenças como as vasculites, por exemplo.”
Mosaico 25 é um kit diagnóstico que recebe esse nome por reunir diferentes exames em um mesmo lugar: são 6 biochips no total, o que equivale a 25 lâminas de análises de tecidos e células distintas
O Mosaico 25 é recomendado para o diagnóstico de doenças autoimunes associadas, como granulomatose de Wegener (GW), poliangeíte microscópica (PAM), incluindo vasculite limitada renal, e síndrome churg-strauss (SCS), que são todas as formas de vasculites de pequenos vasos. E todas essas três doenças estão hoje agrupadas como vasculite associada ao ANCA (VAA), de acordo com o sistema de classificação introduzido pela Conferência Internacional de Consenso, em Chapel Hill.
A amostra mais comumente utilizada para o Mosaico 25 é soro, embora também seja possível realizá-lo com plasma. “O kit diagnóstico reúne seis biochips diferentes em um mesmo poço e, quando o brilho acender, o resultado será positivo tanto para triagem como para o confirmatório e a identificação do antígeno específico, pois tudo está alocado no mesmo poço”, resume Andrade.
Assim como acontece com outros exames de imunofluorescência indireta, é o olho treinado do técnico que faz a leitura final no microscópio. “Existe a possibilidade de automação do kit, com o uso do EURO Pattern, que faz a captura dessas imagens e analisa no software os resultados. Mas, no Brasil, a análise da lâmina, pelo operador, ainda é mais comum”, conta o especialista.
Assim como acontece com outros kits de IFFT o laudo fica pronto em um período que pode variar entre 2 e 3 horas. E ainda tem algumas conformações para serem escolhidas de acordo com a rotina do laboratório, sendo que o mais comum é vir com 50 ou 100 testes, lembrando que uma lâmina de 10 faz o exame de oito pacientes, além do controle positivo e negativo.
Portanto, se o médico puder indicar o Mosaico 25 logo no começo da investigação, junto com a sintomatologia, ele já consegue fechar rapidamente o diagnóstico. Lembrando, claro, que embora a detecção sorológica de anticorpos contra os antígenos seja um componente fundamental ao diagnóstico, os sintomas clínicos devem sempre ser levados em consideração para a confirmação do quadro.
Por fim, embora o kit Mosaico 25 tenha um alto valor agregado, o exame ainda não está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nem tem cobertura garantida pelo Rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).