A automatização de exames de imunofluorescência indireta (IFFT) reúne duas vantagens importantes a qualquer laboratório de análises clínicas: mais precisão diagnóstica e uma maior velocidade na entrega dos resultados. Mas, para tudo funcionar como deve, é preciso haver confiança no uso do equipamento, com rotinas bem definidas e uma gestão de processos bem executada, algo que o Sabin Diagnóstico e Saúde sempre priorizou em sua unidade que fica em Brasília (DF).
Há oito meses, o Sabin resolveu substituir os equipamentos de automatização que já eram da EUROIMMUN, por uma nova versão, mais robusta: a EUROLabWorkstation IFA, em conjunto com o EUROPattern 1.5. “Com essa mudança, mesmo ainda estando na curva de aprendizado do novo equipamento, nós tivemos 100% de aproveitamento das rotinas. Isso significa que nenhuma rotina até agora foi reprovada por falha do equipamento”, comemora Marcelo Melo, farmacêutico bioquímico e coordenador técnico de imunologia especializada do Sabin Diagnóstico e Saúde, lugar onde atua há onze anos, sempre trabalhando diretamente com o setor de imunologia.
Na rotina do laboratório, o setor é dividido em duas áreas distintas: uma totalmente automatizada e a outra, mais especializada, dedicada à realização de exames manuais, em que é exigida uma classificação feita por analista. Melo coordena essa última área há três anos e, em entrevista exclusiva ao EUROHub, conta como o Sabin aumentou a velocidade dos diagnósticos a partir dessa automatização e detalha as consequências dessa conquista. Acompanhe.
Qual tem sido a principal contribuição do uso da EUROLabWorkstation IFA para ajudar nos processos do laboratório?
Marcelo Melo: Eu destacaria a nossa produtividade, devido a capacidade de amostras analisadas a cada ciclo. Hoje, a EUROLabWorkStation IFA aceita 700 amostras para a triagem; em comparação, nosso equipamento anterior processava 200 amostras nesse mesmo tempo. Portanto, só com essa troca do equipamento conseguimos mais do que triplicar a nossa capacidade no mesmo tempo de operação, que é de três horas e meia [o tempo sobe para cerca de 4 horas quando é feita a titulação das amostras].
Por que esse equipamento trouxe toda essa rapidez?
MM: Porque o sistema de pipetagem é totalmente diferente do modelo anterior. A EUROLabWorkStation IFA oferece dez agulhas, ou seja, dez sistemas de pipetagem que trabalham de forma independente — nosso modelo anterior tinha apenas quatro. Outro ponto é que as amostras são pipetadas de forma aleatória gerenciada pelo software do equipamento e isso contribui para que haja uma otimização do tempo.
“Uma grande vantagem do EUROLabWorkstation IFA é a possibilidade de realizar rotinas mistas, com mais de um analito ao mesmo tempo.
Assim, dá para mesclar rotinas , o que antes não era possível, e otimizar muito o tempo de entrega do resultado.
Temos agora uma média de realização de 200 testes por hora”,
Marcelo Melo, coordenador técnico de imunologia especializada do Sabin Diagnóstico e Saúde
A incubação das amostras também foi otimizada?
MM: Sim, existem 15 compartimentos para essa incubação, que a EUROIMMUM chama de hotéis. Em cada um deles — ou cada placa — comporta 50 amostras distintas. Além disso, a montagem dessas lâminas é outra vantagem desse novo equipamento, pois também deixou de ser feito de forma manual. A máquina agora entrega a lâmina montada e pronta para ser lida pelo EUROPattern 1.5, e isso sem acrescentar nenhum tempo na operação.
Isso influencia a imagem que vocês visualizam no microscópio depois?
MM: Nós percebemos que sim, a qualidade da imagem tem sido bem maior, o que é fundamental na hora dos nossos analistas avaliarem padrões nas células HEP2 e nos tecidos. É que, no processo automatizado, as lamínulas, que são montadas com a utilização de glicerina, ficam padronizadas nesta dispensação e, portanto, uniformes. Antes, quando era feito de forma manual, era comum dispensar um pouco mais — ou um pouco menos — de glicerina do que o recomendado, podendo deixar a lâmina embaçada, com bolhas ou ressecada, comprometendo a qualidade do substrato.
E como acontece a manutenção do equipamento?
MM: É importante dizer que é necessário pouco tempo com a manutenção diária do equipamento, porque é tudo muito rápido — não levam mais de dez minutos para serem feitas. Já as manutenções corretivas, nesses oito meses de funcionamento não houve nenhuma, fazendo com que a gente perceba a precisão e a robustez da EUROLabWorkStation IFA.
Por fim, como tem sido a experiência com o EUROPattern 1.5?
MM: Trata-se de um microscópio eletrônico, que faz a captura das imagens e tem uma interface direta com o software da EUROIMMUN para que a análise e a classificação sejam feitas diretamente na tela do computador. Depois do analista liberar essas imagens, os resultados são encaminhados de forma automática para os pacientes, ou as amostras voltam para o equipamento para que seja feita sua titulação. A rapidez dessa nova versão deixa tudo praticamente em tempo real — a imagem aparece na tela à medida que as primeiras lâminas vão ficando prontas. Dessa forma, foi possível reduzir em um dia útil o tempo de entrega de resultado para o paciente.