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Euroimmun News Por dentro do EUROHub: os avanços da pesquisa sobre resposta imunológica à COVID-19

Por dentro do EUROHub: os avanços da pesquisa sobre resposta imunológica à COVID-19

05 de Abril de 2022
Artigos & Matérias
Por EUROHub - Hub de geração e disseminação do saber científico da EUROIMMUN Brasil

“Reforço com a Pfizer aumenta nível de anticorpos em até 25 vezes, diz estudo”. Entre os dias 8 e 9 de março de 2022, essa manchete, com algumas poucas variações, estampou a maioria dos sites de notícias brasileiros, celebrando os resultados de uma pesquisa 100% nacional feita por um grupo da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp) em parceria com PhDs da EUROIMMUN Brasil. 

O trabalho inédito vai ajudar a responder algumas questões que permanecem importantes, apesar do já comprovado benefício da vacinação. Entre elas se, com a chegada da nova variante ômicron, há mesmo a necessidade de aplicação de uma dose de reforço em quem já se vacinou contra a COVID-19. E mais: qual é o ganho na resposta imunológica quando a dose adicional aplicada é heteróloga, ou seja, diferente dos imunizantes usados anteriormente?

Para ler o artigo original publicado no Journal of Infection clique aqui.

EUROIMMUN Brasil - Destaque 

“Uma pandemia dinâmica como a da COVID-19 exige que as pesquisas sejam igualmente dinâmicas e tentem responder as perguntas na medida em que forem surgindo. Quando começamos essa pesquisa, por exemplo, ainda não existia a dose adicional no programa de vacinação, e tivemos que nos adaptar para essa realidade”, Dr. Alexandre K. Tashima, professor associado do Departamento de Bioquímica da EPM/Unifesp e um dos autores da pesquisa recém-publicada

Para responder esses questionamentos, os pesquisadores decidiram avaliar a resposta celular e humoral de 48 profissionais da Saúde ligados à EPM/Unifesp que seguiram dois protocolos diferentes para o esquema vacinal contra a COVID-19: um grupo recebeu duas doses de CoronaVac e o outro duas doses da vacina da Astrazeneca (ChAdOx1). O objetivo era encontrar e quantificar os anticorpos neutralizantes usando diferentes kits laboratoriais em amostras de soro, como o Anti-S1 QuantiVac IgG, o NeutraLISA e o SARS-CoV-2 IGRA (todos da EUROIMMUN). 

E o resultado impressionou, dê só uma olhada  no gráfico:

EUROIMMUN Brasil

As respostas humorais e celulares foram avaliadas pelos níveis de IgG anti-S1, anticorpos neutralizantes e Interferon-gama (IFN-γ). O kit SARS-CoV-2 IGRA, usado para medir a resposta celular, simula o que acontece durante uma infecção, como explica Michel Soane, PhD em Infectologia e gerente sênior de Assuntos Científicos da EUROIMMUN Brasil: “Dentro do tubo de estimulação existe um pedaço do vírus que, em contato com amostra do paciente e durante uma incubação overnight, estimula a produção de IFN-γ específico para o antígeno que, depois, pode ser quantificado pelo kit ELISA.” E essa produção só ocorre nas amostras de quem já teve contato com o vírus - por meio da vacina ou de uma infecção.

Ao acompanhar os resultados, ficou claro que, embora aqueles que tomaram a CoronaVac tivessem menos anticorpos neutralizantes do que o grupo vacinado com a Astrazeneca, a resposta imune celular era bastante parecida. E mais: ao receber a dose de reforço com a vacina da Pfizer, os dois grupos tiveram uma excelente resposta humoral e celular e ficaram nivelados em sua proteção contra o SARS-CoV-2.

No caso dos pacientes que tomaram a CoronaVac, por exemplo, o aumento na resposta imune após a dose de reforço aplicada com a Pfizer foi de 25 vezes, em comparação com resposta obtida após a primeira dose do imunizante. Para pacientes que receberam Astrazeneca, esse aumento foi de sete vezes. Lembrando que, independentemente do imunizante recebido, todos os voluntários tiveram soroconversão. E que o uso de vacinas heterólogas parece ser o responsável pelo aumento dessa resposta.

EUROIMMUN Brasil - Destaque

“Acontece sempre: logo após a exposição ao antígeno, a produção de anticorpos tende a diminuir. Mas, no caso do SARS-CoV-2, essa queda é muito acentuada e, passados seis meses da infecção, há pacientes que até negativam os anticorpos. O diferencial dessa pesquisa é que ela testou a resposta celular, por meio do kit SARS-CoV-2 IGRA, e confirmou que ela permanece alta mesmo naquelas pessoas que estavam com baixos títulos de anticorpos”, Michel Soane, PhD em Infectologia e gerente sênior de Assuntos Científicos da EUROIMMUN Brasil

Tal achado trouxe evidências que corroboram a hipótese de que o organismo produz uma boa memória imunológica após o esquema vacinal contra a COVID-19. E, após a terceira dose aplicada com a vacina da Pfizer, as respostas imunológicas de quem tomou CoronaVac ou Astrazeneca serão similares. Tal achado é importante para a adoção de políticas públicas de imunização de agora em diante.

Enquanto isso, nos bastidores

O projeto, que ainda está em andamento, foi concebido com o objetivo maior de caracterizar os anticorpos neutralizantes dos indivíduos vacinados e convalescentes da COVID-19. Para isso, definiu-se que a melhor forma de chegar aos resultados seria por meio da coleta de sangue dos voluntários, que tiveram suas células isoladas para a realização de exames específicos para esse fim.

Portanto, a parceria entre os pesquisadores acadêmicos e uma empresa especializada em testes de medicina diagnóstica in vitro foi altamente benéfica para ambos, como explica Tashima: “Foi a pesquisadora Tatiana Bonetti, do nosso grupo, quem me apresentou ao Michel Soane e sua equipe para que eu pudesse levar o projeto. Logo nas primeiras conversas houve sinergia, pois eles me explicaram que a EUROIMMUN estava desenvolvendo novos kits para a medição de resposta celular, e não apenas do nível de anticorpos. Com essa parceria, nosso grupo conseguiu realizar diversas análises.”

Michel lembra que a parceria entre EUROIMMUN Brasil e a Unifesp começou há alguns anos, quando a empresa começou a desenvolver os primeiros kits nacionais de IgA e IgG para SARS-CoV-2, em uma época em que ainda não havia reagentes para PCR e os exames de anticorpos eram a única ferramenta diagnóstica disponível: “Nossa equipe nacional de P&D teve acesso ao primeiro kit de IgA contra SARS-CoV-2 produzido pela matriz e iniciamos uma parceria com a universidade para testá-lo. O trabalho aconteceu justamente com a Dra. Tatiana Bonetti, que na época estudava se o uso de material sorocovalescente poderia ajudar no tratamento de pacientes com COVID-19 ”. Leia a publicação completa aqui.

Tira-dúvidas: o que a ciência já sabe sobre a resposta imune contra o SARS-CoV-2

1 - A resposta vacinal é aumentada quando o paciente toma a 3º dose?

Segundo o estudo que acaba de ser publicado por pesquisadores da Unifesp, em parceria com PhDs da EUROIMMUN Brasil, a resposta é sim. Quem tomou a CoronaVac terá uma resposta imune 25 vezes maior após receber a dose de reforço com Pfizer. No caso de pessoas que tomaram a vacina da Astrazeneca, esse aumento é de sete vezes, atingindo, dessa forma, níveis similares após a dose de reforço.

2 - A resposta humoral e celular é similar entre pessoas que tomaram diferentes marcas da vacina contra a COVID-19?

Embora as respostas imunes sejam diferentes enquanto são administradas a primeira e a segunda dose, elas ficam similares após a aplicação da terceira dose com uma vacina heteróloga, ou seja, diferente das anteriores.

3 - Quanto tempo dura a resposta imune após a vacinação?

Ainda é preciso mais estudos para confirmar com precisão o período de alta resposta celular e humoral, mas já se sabe que, com o passar do tempo, essa resposta diminui, e que seis meses após tomar a segunda dose essa queda é significativa.

4 - Todo mundo precisará tomar a 4º dose da vacina?

Ainda não está determinado se a queda na resposta imune após a dose de reforço é acentuada a ponto de todos precisarem de uma 4º dose. Por enquanto, apenas idosos e pacientes com comorbidades devem receber o imunizante extra.

5 - Pessoas que foram vacinadas e se infectaram com a ômicron têm uma resposta imune maior contra as demais variantes da SARS-CoV-2?

Essa resposta ainda precisa ser mais estudada a partir da análise de anticorpos neutralizantes presentes no plasma desses indivíduos.

 

Fontes: Dr. Alexandre K. Tashima, professor associado do Departamento de Bioquímica da EPM/Unifesp; e Dr. Michel Soane, PhD em Infectologia e Gerente Sênior de Assuntos Científicos da EUROIMMUN Brasil .

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