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Euroimmun News Anti-AChR e Anti-MuSk: como usar a dosagem sérica dos dois anticorpos no diagnóstico da Miastenia Gravis

Anti-AChR e Anti-MuSk: como usar a dosagem sérica dos dois anticorpos no diagnóstico da Miastenia Gravis

07 de Maio de 2024
Artigos & Matérias
Por equipe EUROHub, centro de geração e disseminação do saber científico da EUROIMMUN Brasil

Receptores de acetilcolina e anti-tirosinoquinase músculo específico são frequentes nos pacientes e podem ser biomarcadores facilmente detectados por imunofluorescência indireta (IFA)

Fraqueza muscular flutuante - aquela que melhora de manhã e piora ao longo do dia - adicionada a uma tendência a se cansar facilmente estão entre os principais sintomas da Miastenia Gravis, uma doença autoimune que afeta os receptores de acetilcolina no cérebro e compromete a ligação neuromuscular. Mas a apresentação mais clássica desse quadro talvez seja a queda das pálpebras, um indicativo de que a comunicação dos nervos com os músculos oculares está seriamente afetada.

A incidência da Miastenia Gravis varia de 1,7  a 21,3 casos por milhão de habitantes por ano, com uma média de 5,3 casos por milhão , sendo considerada uma doença de início de idade bimodal, ou seja, o pico da ocorrência nas mulheres é em torno de 20-34 anos e aos 70-75 anos para os homens. Grande parte dos pacientes (mais de 85%) apresenta anticorpos contra receptores de acetilcolina (anti-AChR), mas o anti-tirosinoquinase músculo específico (anti-MuSk) é o segundo anticorpo mais frequente e, por isso, é recomendada a dosagem sérica de ambos os anticorpos durante a investigação diagnóstica.

Os receptores de acetilcolina (anti-AChR) são mais prevalentes em pacientes com Miastenia Gravis, mas, em casos negativos, o anti-tirosinoquinase músculo específico (anti-MuSk) é o segundo anticorpo mais frequente e também indica a presença da doença autoimune

Ambos exames são bastantes conhecidos pela academia, e fazem parte do protocolo de estudos da Miastenia Gravis. Agora, porém, a EUROIMMUN Brasil lança comercialmente o kit anti-MuSk com a metodologia de imunofluorescência indireta (IFA), o que facilita seu uso na investigação clínica dos pacientes.  

“O padrão-ouro para a dosagem de anti-MuSk era a metodologia RIA (Radioimunoensaio), uma técnica imunológica comercialmente inviável por precisar de uma área específica, uma vez que lida com radioisótopos. Por isso, a chegada de um kit em IFA, com células transfectadas, deve aumentar os pedidos para esse tipo de exame pela facilidade em realizá-lo”, acredita Leticia D'Argenio Garcia, Coordenadora da EUROAcademy LATAM, imunologista e doutora em Ciências Médicas.  

O novo kit anti-MuSk pode ser feito em qualquer centro de medicina diagnóstica que tenha conhecimento da técnica de imunofluorescência indireta (IFA). E também pode entrar na rotina de automatização do laboratório, com a particularidade de ter uma etapa a mais de incubação pelo uso de células transfectadas. 

A jornada diagnóstica

O neurologista e o reumatologista são os principais médicos consultados por pacientes que começam a sentir os sintomas da Miastenia Gravis, mas há casos de a investigação começar pelo ortopedista, pela junção neuromuscular da doença. “Suas características clínicas levam à suspeita pelo quadro autoimune e, normalmente, o médico solicita exames de imagem e eletromiografia, além das provas sorológicas. É nesse momento que, junto com o anti-AChR, o médico poderia já solicitar o exame anti-MuSk e combinar a investigação dos marcadores, pois o anticorpo pode estar presente entre 7-10% dos pacientes”, conta Letícia. 

Dentro das doenças autoimunes, a Miastenia Gravis não tem uma incidência tão baixa: ocorre uma média de 5,3 casos por milhão de habitante a cada ano no mundo todo

A amostra sorológica coletada para examinar a acetilcolina já serve para ser usada no kit anti-MuSk. E testes negativos significam que o paciente é soronegativo naquele momento para o anticorpo investigado. Mas, como os anticorpos autoimunes normalmente são flutuantes, o teste pode ser repetido no futuro se a suspeita clínica for muito grande, conta Letícia, que acrescenta: “Quando a investigação diagnóstica ocorre sem a identificação de um marcador, como os anticorpos, significa que o paciente precisará apresentar mais sinais clínicos da doença antes de receber o diagnóstico definitivo.”

E o teste deve ser repetido ao longo do tratamento? A resposta é que ele pode sim ser feito novamente, porque os níveis de anticorpos se correlacionam com a clínica do paciente, explica Letícia: “Isso significa que, no diagnóstico, os níveis devem estar presentes ou altos e, conforme o tratamento é feito, esses níveis diminuem. Mas isso varia entre cada paciente”, diz, lembrando que essa doença autoimune é progressiva e que, com o tratamento, é possível remeter o paciente a um estado de melhora dos sintomas pela remissão da doença em si. 

Imunofluorescência com célula transfectada

O novo kit anti-MuSk com metodologia IFA da EUROIMMUN Brasil é feito com células transfectadas. “Para isso, a EUROIMMUN desenvolve uma cultura celular e transfecta, através de um plasmídio, a sequência genética do alvo a ser investigado, nesse caso do receptor de tirosinoquinase músculo específico (MuSk). Com isso, essas células passam a expressar especificamente esse marcador”, descreve Letícia. Isso significa que um resultado positivo não requer uma interpretação de padrão ou de tecido: “o padrão passa a ser único, ou positivo ou negativo, para a presença do marcador”, resume a especialista. 

O kit anti-MuSk com metodologia IFA da EUROIMMUN é um teste muito específico por usar células transfectadas. Por isso, não é preciso realizar outros testes confirmatórios

O kit é formado por biochips e cada poço tem seu controle de transfecção. Está disponível nas apresentações de cinco ou dez testes por lâmina, o que significa até 50 ou 100 testes em uma caixa. “A apresentação menor facilita a rotina laboratorial, pois com apenas três amostras de pacientes já é possível fazer uma lâmina [lembrando que é preciso ter o controle positivo e negativo]”, finaliza Letícia. 


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1.Miastenia Gravis. Por Michael Rubin. Manual MSD
2.Ana-Maria Bubuioc. The epidemiology of myasthenia gravis. J Med Life, 2021.
3.Grob, D., Brunner, N., Namba, T. & Pagala, M. Lifetime course of myasthenia gravis. Muscle Nerve 37, 141-149, doi:10.1002/mus.20950 (2008).

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