O Dia Mundial do Cérebro é dedicado à conscientização sobre o órgão mais complexo do corpo humano e os transtornos neurológicos que o afetam, com foco especial nas doenças autoimunes: Encefalites e Síndrome Paraneoplásica Neuronal (SPN).
Distúrbios neurológicos, como déficits de memória, anormalidades comportamentais, distúrbios do movimento, convulsões e psicose podem ser causados por reações autoimunes subjacentes.
Em muitos casos, existe conexão com uma patologia maligna. O espectro de autoanticorpos clinicamente relevantes em síndromes neurológicas cresceu de forma rápida nos últimos anos, devido à identificação de novos antígenos-alvo. Uma análise abrangente de autoanticorpos pode ajudar a estabelecer um diagnóstico e fornecer a primeira indicação de um tumor.
As síndromes paraneoplásicas neuronais (SPN) são distúrbios imunomediados do sistema nervoso central e periférico causados pelos efeitos remotos de tumores malignos. Elas se desenvolvem em cerca de 1 a cada 300 pacientes com câncer, como carcinoma pulmonar de células pequenas, timoma e linfomas.
Predominantemente, os anticorpos de alto risco nas SPN têm como alvo antígenos intracelulares e incluem: Hu, Ri, Yo, CV2, SOX1, anfifisina, Ma/Ta, recoverina, Zic4, titina, ITPR1 e CARP.
Já as encefalites autoimunes são um grupo de doenças caracterizadas por encefalopatia de progressão rápida e podem ocorrer com ou sem presença de câncer (fenótipos de risco intermediário). Elas se manifestam por meio de uma variedade de sintomas, que incluem convulsões e distúrbios neuropsiquiátricos.
Os autoanticorpos são direcionados contra antígenos da superfície celular neuronal e sinápticos, e há evidências de que desempenham um papel patogênico direto. O tipo de doença mais frequente e melhor caracterizado é a Encefalite com receptor N-metil-D-aspartato (NMDA). Demais formas estão ligadas a autoanticorpos contra outros antígenos da superfície celular: LGI1 e CASPR2, DPPX, GABAB, AMPA e IgLON5.
Como as doenças neurológicas autoimunes apresentam síndromes sobrepostas e muitos dos autoanticorpos associados ocorrem apenas raramente, recomenda-se uma análise multiparamétrica de anticorpos.
A análise tanto do soro quanto do líquido cefalorraquidiano (liquor) proporciona uma maior taxa de detecção. No entanto, a especificidade e a sensibilidade podem variar entre esses materiais da amostra, a depender do anticorpo presente.
Os métodos de teste para autoanticorpos em doenças neurológicas incluem testes de imunofluorescência indireta multiplex baseados em substratos de tecido e células expressando antígenos recombinantes, ensaios de imunoblot multiparamétricos e ensaio imunossorvente ligado à enzima (ELISA).
Secções de tecidos de nervos, cerebelo, hipocampo e intestino permitem uma triagem abrangente de autoanticorpos neurais, enquanto substratos de células transfectadas fornecem uma detecção fácil e monoespecífica de autoanticorpos definidos. A tecnologia CBA é particularmente adequada para antígenos da superfície celular neuronal.
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