A doença de Alzheimer (DA) é a causa mais comum de demência em idosos, representando de 60% a 70% dos casos. Caracteriza-se por um declínio cognitivo progressivo e irreversível, com sintomas clínicos que incluem perda de memória, dificuldades de linguagem, desorientação e alterações comportamentais. O impacto da doença se estende aos pacientes, que vivenciam uma progressiva perda de autonomia, aos cuidadores, que enfrentam um fardo emocional e físico, e aos sistemas de saúde, sobrecarregados pela demanda crescente por cuidados.
Em pacientes com doença de Alzheimer, depósitos de proteína se formam dentro e fora das células nervosas do cérebro, causando a destruição dessas células. A interrupção na degradação dos peptídeos beta-amiloide leva à formação de placas de Aβ1-42 extracelularmente próximas às extremidades das células nervosas. Agregados de proteína tau fosforilada acumulam-se erroneamente como emaranhados neurofibrilares dentro das células nervosas, dificultando o transporte axonal. O dano neuronal causado pelas placas e emaranhados resulta em perda da integridade sináptica ou degeneração das sinapses e, consequentemente, declínio cognitivo.
O líquido cefalorraquidiano (LCR) é uma das principais fontes para a detecção precoce dos biomarcadores da doença de Alzheimer. Pesquisas indicam que, nos estágios iniciais da doença, os pacientes apresentam níveis reduzidos de Aβ1-42 ou uma relação Aβ1-42/Aβ1-40 alterada, até 10 anos antes do surgimento dos primeiros sintomas cognitivos. Essa alteração é detectável muito antes de exames de PET amiloide indicarem qualquer anomalia.
O beta-amiloide no LCR é o biomarcador mais precoce da doença de Alzheimer, sendo fundamental para identificar os primeiros sinais da patologia
A proteína tau fosforilada (P-tau) é um marcador específico para os emaranhados neurofibrilares associados à doença de Alzheimer. O epítopo mais utilizado para o diagnóstico é o P-tau (181), que se apresenta de forma mais concentrada à medida que a doença avança. A proteína tau total no LCR serve como um indicador geral de lesão neuronal, embora não seja específica para Alzheimer, já que níveis elevados também podem ser observados em outras condições neurológicas, como traumatismo craniano e acidente vascular cerebral.
Ao longo dos últimos anos, a razão entre Aβ1-42 e Aβ1-40 tornou-se um marcador mais confiável para a doença de Alzheimer do que o Aβ1-42 isoladamente.
Foi demonstrado que diagnósticos baseados na razão Aβ1-42/Aβ1-40 correlacionam-se melhor com os resultados do PET amiloide do que diagnósticos baseados apenas em Aβ1-42. A razão Aβ1-42/Aβ1-40 é agora recomendada em todas as diretrizes notáveis. A determinação da razão Aβ1-42/Aβ1-40 pode melhorar a eficiência do diagnóstico precoce e é particularmente útil na diferenciação entre a doença de Alzheimer e a demência vascular.
Os kits para diagnóstico da doença de Alzheimer devem ser altamente específicos e precisos. Ensaios que detectam os biomarcadores de Alzheimer no LCR precisam ser sensíveis o suficiente para identificar os analitos e suas isoformas específicas, sem interferências. Além disso, a padronização dos protocolos e a automação dos testes são essenciais para garantir a reprodutibilidade e precisão nos resultados.
Em colaboração com a ADx Neurosciences, a EUROIMMUN desenvolveu uma linha de ELISAs quantitativos para biomarcadores de Alzheimer. Esses ensaios são projetados para medir Aβ1-42, Aβ1-40, tau total e P-tau(181) com alta robustez e consistência, atendendo aos mais altos padrões de qualidade.
A detecção precoce da doença de Alzheimer é fundamental para o planejamento de tratamentos eficazes. Com o avanço dos biomarcadores, especialmente os encontrados no LCR, é possível identificar a patologia anos antes do início dos sintomas clínicos, permitindo intervenções mais precoces e potencialmente mais eficazes. O uso de tecnologias avançadas e kits de diagnóstico de última geração, como os desenvolvidos pela EUROIMMUN, tem o potencial de transformar a forma como a doença é diagnosticada, proporcionando uma melhor qualidade de vida para os pacientes e seus cuidadores.
Para mais informações, acesse o artigo completo ”In the know standardisation of biomarker measurements in Alzheimer’s diseaase Diagnostics”.