por equipe EUROHub, centro de geração e disseminação do saber científico da EUROIMMUN Brasil
Resumo da notícia
As arboviroses são velhas conhecidas dos brasileiros, mas, entre elas, a dengue talvez seja a mais noticiada dos últimos tempos, tanto pelo desenvolvimento de uma vacina inédita que passou a fazer parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde como pelo (ainda) frequente aumento dos casos diagnosticados.
Dados do governo brasileiro mostram que, entre os anos 2000 e 2024, cerca de 18 milhões de brasileiros foram infectados pelo vírus no país. Desse montante, apenas em 2024, a estimativa é que o vírus da dengue tenha alcançado 6,6 milhões de pessoas, indicando que este tenha sido o ano mais epidêmico no país. Para se ter uma ideia do alerta desse número, no ano anterior, em 2023, os casos prováveis somavam 1,6 milhão de pessoas, o que significa um aumento de mais de 400% em um período de apenas 12 meses.
Atualmente, o coeficiente de incidência da doença está em 3.122 casos para cada 100 mil habitantes. Em tempo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que taxas acima de 300 por 100 mil já indicam uma epidemia de dengue no País. A região Sudeste segue em alarme para casos graves da doença, e as regiões geográficas com maior incidência de dengue no período que abrange as semanas epidemiológicas 27 e 52 estão no Espírito Santo, Amapá, Acre, Goiás, São Paulo e Distrito Federal.
Todo esse cenário tem feito o Ministério da Saúde adotar medidas emergenciais para o monitoramento da dengue e para um plano de contingência, especialmente no estado de São Paulo, seguido por Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná.
O governo justifica o fenômeno climático El Niño como principal causa do aumento dos casos, já que favorece a proliferação de mosquitos transmissores de arbovírus, como o Aedes aegypti. Adicionalmente, as epidemias de dengue são conhecidas por suas múltiplas causas, incluindo o aumento de temperaturas e precipitação devido a mudanças climáticas, mais o saneamento inadequado, o número insuficiente de profissionais de saúde, a baixa eficácia das intervenções governamentais para controlar o mosquito, a descontinuidade de atividades ao longo do ano, a dificuldade da população em eliminar criadouros domésticos, a resistência dos mosquitos a inseticidas e a presença de quatro sorotipos circulando simultaneamente e que favorece a reinfecção. (The greatest Dengue epidemic in Brazil: Surveillance, Prevention, and Control)
Tratar desses desafios é urgente, mas também cabe destacar outra medida que pode contribuir com o melhor planejamento da contingência dos arbovírus no Brasil: a testagem laboratorial.
Os kits diagnósticos para testagem sorológica dos arbovírus são fundamentais para diferenciar um caso comprovado de infecção de um caso provável. E é dessa forma, com evidências, que se torna possível planejar melhores medidas do ponto de vista epidemiológico, identificando os locais com mais casos graves, por exemplo, para que os hospitais possam se preparar para receber os pacientes.
Os nomes produtos somam ao portfólio de outros testes com alto desempenho para a detecção de arbovírus, como o vírus da dengue, chikungunya, zika, mayaro e febre amarela, arboviroses que também geram alerta para o Ministério da Saúde.
Entenda o atual cenário no Brasil, com dados do Painel Epidemiológico de Arboviroses
Em 2024, foram registrados 6.081 casos prováveis de zika vírus no Brasil, com uma incidência maior nos estados do Norte do País, como Amapá, Acre e Rio Grande do Norte. No ano anterior, 2023, houve mais casos, com 11.534 registros investigados, porém em outras localidades, aparecendo mais em estados como Tocantins, Mato Grosso, Espírito Santo e, mais uma vez, Rio Grande do Norte, que segue como estado mais infectado por esse arbovírus.
Foram contabilizados 267.137 casos suspeitos de chikungunya em 2024, ante 158.060 casos suspeitos em 2023. Ainda assim, a incidência de chikungunya se mantém abaixo do canal endêmico e, até o momento, o Boletim Epidemiológico afirma que os casos encontram-se abaixo do limite inferior, com uma incidência de 1,8 caso por 100 mil habitantes.
Esse arbovírus emergente vem aumentando os casos sob investigação desde 2023. Naquele ano, foram 831 registros, subindo para 13.801 em 2024 e, agora, no começo de 2025, já são 893 casos prováveis de infecção. A maioria dos casos se concentra no Espírito Santo e a faixa etária entre 20 e 59 anos concentra cerca de 70% dos casos.
Até agora foram identificados quatro óbitos relacionados à infecção por Oropouche, sendo um na Bahia, um no Paraná e dois no Espírito Santo. O vírus também provocou óbito fetal em quatro casos, ao infectar mulheres gestantes.
É importante destacar que, para compor essa matéria, os dados apresentados foram extraídos das fontes abaixo em 20/01/2025.
Referências e dados coletados:
Painel Epidemiológico do Ministério da Saúde
Informe Semanal nº 29 - Arboviroses Urbanas - SE 52 | 30 de dezembro de 2024
Ministério da Saúde monitora provável aumento de casos de dengue em São Paulo em 2025
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