A nefropatia membranosa primária acomete de três a quatro pessoas a cada 100 mil habitantes, o que a qualifica como uma doença rara. Entre os casos diagnosticados, de 70% a 80% são decorrentes dos autoanticorpos PLA2R e apenas de 2,5% a 14% são provocados pelo THSD7A. Por isso, a detecção dos dois antígenos alvo PLA2R e THSD7A permite a diferenciação entre nefropatia membranosa primária daquela causada por outras doenças, também chamada de secundária. Veja agora mais detalhes de como deve ser feita a investigação diagnóstica da doença.
1.Ainda é comum que o paciente demore a buscar ajuda médica.
A doença renal costuma ser silenciosa. Portanto, ainda é comum o paciente chegar ao consultório do nefrologista para receber o diagnóstico de nefropatia membranosa primária quando mais de 50% da sua função renal já está comprometida. Para o início da investigação diagnóstica, são feitos exames laboratoriais e de imagem para avaliar a causa da insuficiência renal crônica. Mas pode acontecer de o paciente realizar todos os testes sem que nenhum apresente achados relevantes.
2.A nefropatia membranosa primária só deve ser considerada depois das causas secundárias terem sido descartadas. Antes de seguir com a investigação diagnóstica para a nefropatia membranosa primária, o nefrologista deve descobrir se outras condições de saúde podem justificar os indicativos laboratoriais para a doença, como as hepatites. Se o paciente não tiver histórico para a doença secundária e os resultados dos testes laboratoriais estiverem alterados, é hora de pensar em doença autoimune e solicitar os exames de biomarcadores específicos.
3.Métodos de imunofluorescência indireta e ELISA são eficazes para a detecção dessa doença autoimune.
E, no caso da nefropatia membranosa primária, os antígenos PLA2R e THSD7A são amplamente reconhecidos como os principais alvos de autoanticorpos da doença. Por isso, a utilização de kits pelos métodos de imunofluorescência indireta e ELISA garantem uma maior acurácia e especificidade no diagnóstico. Além disso, o teste não é invasivo como a realização de biópsia, já que é realizado por meio de amostra de soro do paciente.
4.Existem dois biomarcadores para o diagnóstico de nefropatia membranosa primária. O primeiro deles é justamente a THSD7A (trombospondina tipo 1 com domínio contendo 7A) e o outro é o PLA2R (receptor de fosfolipase A2), que também é uma glicoproteína expressa nas superfícies dos s podócitos. Ambos podem ser investigados por meio de testes sorológicos, através das técnicas de ELISA e imunofluorescência indireta. O kit anti-THSD7A é elaborado com a tecnologia exclusiva do BIOCHIP da EUROIMMUN, sendo um suplemento ideal ao Anti-receptor de Fosfolipase A2 (PLA2R) para classificação sorológica de casos suspeitos de nefropatia membranosa primária (NMp).
5.Os atuais kits para o diagnóstico laboratorial da nefropatia membranosa primária têm alta especificidade e sensibilidade. O novo kit de imunofluorescência indireta da EUROIMMUN — anti-THSD7A — é um teste CBA (cell based assay) baseado em células transfectadas, ou seja, células humanas que tiveram a inserção da sequência de DNA específica codificante para essa proteína. Então, ao acrescentar a amostra do paciente na lâmina, apenas os autoanticorpos específicos contra THSD7A irão reagir com o substrato do BIOCHIP da lâmina. Isso significa uma especificidade de 100% e uma sensibilidade que atinge 94%.
O anti-PLA2R ELISA é baseado em um receptor de células humanas transfectadas recombinantes purificadas. Ao acrescentar a amostra de soro ou plasma do paciente, caso seja positiva, anticorpos específicos serão ligados aos antígenos presentes na placa. Dessa forma, a determinação do título de autoanticorpos tem um alto valor preditivo, indicando remissão clínica ou recaída com estimativa de risco de recidiva após o transplante renal.
Fonte: Juliana Garotti, PhD especialista em autoimunidade e neurologia.